Governança inteligente sem burocracia: a ascensão dos conselhos ad hoc

Uma estrutura prática para criar órgãos de governança flexíveis e não estatutários que aprimoram a estratégia sem alterar o controlo.

Categoria
Empresa
Data
12.2.2025

Muitas empresas acabam por chegar a um ponto em que os órgãos de governança tradicionais — assembleias de acionistas, gestão estatutária e conselhos formais — já não oferecem apoio estratégico suficiente.

Para resolver isso, as organizações criam órgãos de gestão flexíveis e não estatutários, como conselhos ad hoc, comitês estratégicos, painéis de especialistas e grupos de trabalho específicos para projetos.

Essas estruturas oferecem alto nível de especialização, reforçam a disciplina estratégica e apoiam os fundadores sem comprometer a autoridade gerencial.

1. Como estes órgãos são constituídos

Embora flexíveis, os órgãos de governança ad hoc devem ser criados por meio de um processo corporativo claro:

a) Resolução formal da empresa (ata/minuta)

Uma resolução dos acionistas ou do conselho estabelece formalmente o órgão, definindo sua natureza, finalidade, caráter não vinculativo e aprovando suas regras internas.

b) Regulamento interno / Livro de regras

Um documento conciso define o objetivo, o âmbito, a composição, os mandatos, as competências, as regras operacionais, as normas de confidencialidade e conflito de interesses e as obrigações de manutenção de registos.

c) Cartas de nomeação individuais

Cada membro recebe uma carta de nomeação confirmando a função consultiva, o estatuto de serviço independente, as obrigações, as regras de confidencialidade, as obrigações relativas a conflitos de interesses e os termos de remuneração.

d) Arquivo de manutenção de registos e conformidade

A empresa mantém a resolução de fundação, regulamentos, cartas de nomeação assinadas, agendas, relatórios, registos de presença e conflitos declarados para garantir total conformidade e preparação para auditorias.

2. O que é um conselho ad hoc?

Um conselho ad hoc é um órgão consultivo não estatutário, criado para fornecer uma visão externa estruturada sobre estratégia, desempenho e iniciativas de longo prazo.
Ele não detém poderes de decisão ou representação e não pode vincular a empresa.

3. Por que as empresas criam esses órgãos

  • Experiência sem contratações a tempo inteiro: acesso a conhecimentos especializados em áreas-chave.
  • Disciplina estratégica: Reuniões regulares exigem um planeamento e uma revisão estruturados.
  • Apoio ao fundador: Um fórum para discussão de decisões complexas.
  • Confiança dos investidores: Governança reforçada e preparação para a devida diligência.

4. Composição e nomeação

Um quadro ad hoc típico inclui:

  • Um presidente, responsável pelas reuniões e acompanhamento.
  • Especialistas independentes, fornecendo uma visão externa.
  • Observadores, como fundadores ou executivos, sem deveres de membro.

As nomeações são formalizadas através de contratos de nomeação.

Os mandatos têm geralmente a duração de 1 ano para os membros e de 3 anos para o presidente, renováveis, salvo se forem rescindidos.

5. Competências essenciais

Os conselhos ad hoc concentram-se em questões estratégicas, e não operacionais:

  • Revisão da estratégia anual e plurianual.
  • Analisando o desempenho e os planos de expansão.
  • Avaliação de grandes investimentos e riscos.
  • Assessoria em cultura, liderança e desenho organizacional.
  • Emitir recomendações não vinculativas.

6. Modelo Operacional

Os ritmos típicos incluem:

  • Sessões mensais ou trimestrais para atualizações e revisões.
  • Uma reunião estratégica anual para definir as prioridades do próximo ano.

As reuniões podem ser presenciais ou remotas. O presidente prepara as agendas e resumos concisos pós-reunião.

7. Modelos de remuneração

A maioria das empresas utiliza uma taxa por reunião, mantendo a independência e evitando riscos relacionados com a legislação laboral.
Os membros faturam diretamente à empresa e tratam das suas próprias obrigações fiscais e de segurança social. O tratamento do IVA depende da sua residência.

8. Deveres dos membros

Os membros devem:

  • Aja de forma independente e imparcial.
  • Prepare-se adequadamente.
  • Mantenha a confidencialidade.
  • Declare conflitos com antecedência.
  • Abster-se de atos gerenciais, representativos ou operacionais.
  • Evite agir como diretor de facto.

Violações graves ou repetidas permitem a remoção imediata.

9. Além dos conselhos ad hoc: outras estruturas

As empresas frequentemente criam órgãos adicionais, tais como:

  • Comissões de Investimento
  • Comissões de Risco
  • Conselhos de Marca/Produto
  • Painéis de entrada no mercado
  • Grupos de Coordenação da Transformação

Todos partilham os mesmos princípios: especializados, não vinculativos, flexíveis, estratégicos.

10. Conclusão

Conselhos ad hoc e outros órgãos de governança flexíveis ajudam as empresas a crescer de forma responsável, fortalecer a tomada de decisões e acessar conhecimentos especializados, sem modificar a governança estatutária ou alterar a autoridade gerencial. Eles fornecem estrutura e supervisão, mantendo a responsabilidade firmemente com a administração e os acionistas.

 

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